O que é LBO?
A operação de Leveraged Buyout (LBO) é um tipo de aquisição em que uma empresa ou grupo de investidores adquire uma empresa usando uma grande quantidade de dívida para financiar a compra. A dívida é geralmente obtida através de empréstimos bancários ou emissão de títulos de dívida, e os ativos da empresa adquirida são usados como garantia para essa dívida
A ideia por trás de uma LBO é que a empresa adquirida possui fluxo de caixa suficiente para pagar a dívida adquirida, e que os investidores podem aumentar a rentabilidade da empresa através de medidas de corte de custos, melhoria da eficiência e outras estratégias de gestão. Como a dívida é usada para financiar a maior parte da compra, os investidores precisam investir apenas uma pequena quantidade de capital próprio, o que significa que seu retorno potencial é muito maior do que se eles tivessem financiado a compra com o capital próprio.
Os LBOs são comumente realizados por private equity firms, fundos de investimento de capital privado que buscam adquirir empresas e melhorar sua performance antes de vendê-las para um comprador estratégico ou público. Eles também podem ser realizados por empresas ou indivíduos que buscam adquirir uma empresa específica.
Riscos da operação
Há alguns riscos associados a LBOs. Como a empresa adquirida é altamente endividada, ela pode ser mais vulnerável a choques econômicos ou mudanças no mercado. Além disso, se a empresa não conseguir pagar sua dívida, os investidores podem perder seu investimento. Por esse motivo, é importante que os investidores realizem uma análise cuidadosa da empresa antes de realizar uma LBO e tenham um plano para gerenciar os riscos associados.
Na década de 80, foram realizados diversos LBOs significativos. Contudo, muitos desses casos resultaram em falência da empresa adquirida. Isso se devia, principalmente, à alta taxa de juros dos empréstimos obtidos para financiar a compra, que tornavam o fluxo de caixa da empresa insuficiente para quitar a dívida adquirida.
Um exemplo notável foi a compra da TXU, uma empresa de fornecimento de energia do Texas, por um consórcio formado por TGP Capital, Goldman Sachs e Kohlberg Kravis Roberts & Co em 2007. Essa transação foi realizada por US$ 45 bilhões e resultou na criação da Energy Future Holdings.
Na época, a transação foi justificada pela expectativa de que a demanda por energia crescente sustentaria um aumento na oferta e garantiria aumento nos preços. Contudo, em razão do desenvolvimento de novas técnicas de extração, mudanças no mercado de petróleo e gás se consolidaram após a compra fazendo com que os preços de energia caíssem. Como resultado, em 2014, a Energy Future Holdings entrou com pedido de falência.
A estruturação de tais operações envolve várias questões legais complexas, incluindo a aquisição e financiamento da empresa, a estruturação de empréstimos e garantias, a regulamentação de títulos de dívida e ações, e questões fiscais e trabalhistas.
A obtenção de consultoria adequada é indispensável nesses casos para se mitigar os riscos envolvidos na transação, garantindo que os termos do acordo sejam claros e precisos, e que os interesses dos investidores sejam protegidos.